quarta-feira, 3 de março de 2010

Entrevista com um Merda

Inauguramos a parte de entrevistas deste blog com um blogueiro que, se não é o maior sucesso, ao menos assume os seus fracassos.

Melhor, faz deles material para as postagens do seu blog. O blog chama-se “Autobiografia de um merda – ou o manual do fracassado”.

O autor, sempre auto-irônico, trata de seus insucessos – digamos assim – com uma certa dose de humor trágico. O blog existe há dois anos. Entrevistamos o dito-cujo pelo MSN. Até a presente data da entrevista, já tem centenas de postagens. Todas, sempre, com o título: “( alguma tentativa de sucesso) Fracassado”.

Exemplos: pagodeiro romântico fracassado, skynhead neonazista fracassado, playboy fracassado, satanista adorador do diabo fracassado, jornalista gonzo fracassado, maconheiro fracassado , pervertido sadomasoquista fracassado, alcoólatra fracassado, hippie fracassado, stend up comedy fracassado, barman fracassado, músico fracassado , dono de bar fracassado, empresário rastaman fracassado, católico fracassado, kardecista fracassado, umbandista fracassado, budista fracassado, maçon frasassado, rosa cruz fracassado, seicho-no-iê fracassado, evangélico neo-pentecostal fracassado, ateu fracassado, trabalhador clandestino nos estado unidos fracassado, simpatizante gls fracassado, artista plástico fracassado, letrista de forró fracassado, forrozeiro fracassado, operário de manutenção de linha férrea fracassado, seresteiro fracassado, lutador de mway tay fracassado, metalúrgico fracassado, vendedor de cd pirata fracassado, candidato a vereador fracassado, redator publicitário fracassado, promoter de festas rave fracassado, cartunista fracassado, cartunista outsider fracassado, dono de site fracassado, cineasta documentarista fracassado, blogueiro fracassado, dono de comunidade no orkut fracassado, acadêmico fracassado, fotógrafo fracassado, cordelista fracassado, metrossexual fracassado, intelectual de direita fracassado, intelectual de esquerda fracassado, ateu fracassado, vendedor da herba life fracassado, vendedor da anyway fracassado, vendedor do baú da felicidade fracassado, participante de pirâmide de enquecimento fracassado, dono de vídeo-locadora fracassado, jipeiro off road fracassado, pesquisador científico fracassado, ufólogo fracassado, roteirista de tv fracassado ...

A entrevista não muito amistosa com o famoso fracassado.

SENSO CONTRA O CONSENSO: Bom dia!
FRACASSADO: Não sei, ainda está começando...
SENSO CONTRA O CONSENSO: Você é sempre mal-humorado assim? Pessimista?
FRACASSADO: Não diria pessimista, mas sim realista. Posso te responder bom dia neste momento e daqui a dois minutos escorregar no banheiro e bater com a cabeça na privada. E já que moro sozinho, provavelmente agonizarei até morrer e os vizinhos só encontrarão meu corpo apodrecido daqui a semanas .Não concorda?
SENSO CONTRA O CONSENSO: Não sei. Mas, voltando à entrevista, quem faz as perguntas aqui sou eu.
FRACASSADO: [ interrompendo] ...ninguém disse que não seria.
SENSO CONTRA O CONSENSO: Mas, perguntando: de onde surgiu a idéia de fazer um blog contando os seus fracassos?
FRACASSADO: Da minha cabeça, ora!
SENSO CONTRA O CONSENSO: Sim, mas porque esse título “Autobiografia de um merda”?
FRACASSADO: Não se esqueça do subtítulo “ou o manual do fracassado”, é muito importante o subtítulo.
SENSO CONTRA O CONSENSO: Tá. Tá! Por que “Autobiografia de um merda ou o manual do fracassado?
FRACASSADO: É o relato da história da minha vida. Das minhas derrotas. Sem ordem cronológica. Vão as postagens conforme eu vou me lembrando dos meus vacilos.
SENSO CONTRA O CONSENSO: Mas você viveu tudo aquilo que é colocado como fracasso, mesmo? Pra reunir todos esses fracassos você teria que ser um Matusalém...
FRACASSADO: Em um único dia qualquer pessoa pode fracassar cinco, dez vezes. Todas as postagens são os relatos de fatos que aconteceram realmente comigo. Daí o subtítulo “o manual do fracassado”. Sou um expert no assunto. Se quiserem acreditar na veracidade, acreditem, se não, foda-se!
SENSO CONTRA O CONSENSO: Então você não faz outra coisa na vida além de fracassar?
FRACASSADO: Sim. Tento buscar o sucesso.
SENSO CONTRA O CONSENSO: Então os seus fracassos são resultado de uma busca incessante pelo sucesso?
FRACASSADO: É óbvio, porra!
SENSO CONTRA O CONSENSO: Mas há alguns fracassos que são resultados de tentativas de sucesso que por si só são uma espécie de fracasso. É só ver a lista que relacionei acima.
FRACASSADO: Sou fracassado, portanto, até na minha torta perspectiva de sucesso.
SENSO CONTRA O CONSENSO: É, tem uma lógica nisso...
FRACASSADO: Porra! Esse papo tá brabo pra caralho! Parece cachorro correndo atrás do próprio rabo! Faz alguma pergunta inteligente aí!
SENSO CONTRA O CONSENSO: No seu perfil, você colocou o título de dezenas de livros de auto-ajuda. Todos que ensinam o sucesso financeiro. Você leu todos?
FRACASSADO: Sim. Li todos e mais outros. Contabilizei mais de 180 livros de auto-ajuda lidos.
SENSO CONTRA O CONSENSO: De sucesso você entende então?
FRACASSADO: Na teoria, sim. Mas na prática...
SENSO CONTRA O CONSENSO: E por ter lido tantos livros que ensinam a obter sucesso, você tirou algum aprendizado?
FRACASSADO: Sim. Escrevi o livro “ Como ficar rico escrevendo livros que ensinam como ficar rico”.
SENSO CONTRA O CONSENSO: Eu recebi um exemplar e li, mas não fiquei rico. Seu livro é um embuste então?
FRACASSADO: Mas, depois que leu meu livro, você escreveu um livro que ensina a ficar rico?
SENSO CONTRA O CONSENSO: Realmente...ainda não.
FRACASSADO: Então cala a boca!
SENSO CONTRA O CONSENSO: Voltando ao título do seu blog, é um consenso na literatura que a escrita de autobiografias é sempre uma farsa porque é difícil escrever uma autobiografia neutra e verificável e existem muitas armadilhas de omissão de fatos. Elas são frequentemente tendeciosas e positivas. Pessoas escrevem positivamente demais sobre si mesmas, e costumam apresentar opiniões como se fossem fatos. Elas podem ser inverificáveis. Se a única fonte para um fato sobre você é você mesmo, os leitores não podem verificar isso. Elas claramente podem conter mentiras em benefício próprio. O relato dos fatos no texto autobiográfico aparece freqüentemente pontuado de lembranças, de um colorido emocional, que não é mostrado em outros tipos de textos. Predomina a subjetividade.
FRACASSADO: Porra de pergunta grande pra caralho! Sim, teoricamente, há o dado de eu, sendo o autor, acabar tendenciando a meu favor os fatos, mas lendo o que publico, o que eu falei ao meu favor? Se as autobiografias pecam por omitir os fracassos, eu os exponho.
SENSO CONTRA O CONSENSO: Mas dá na mesma. Você só inverte a lógica? Omite então os sucessos?
FRACASSADO: Sim. Na verdade eu sou um multimilionário que não tem mais o que fazer e fico inventando fracassos. Ahh..vai tomar no cu! Se eu não fosse um fracassado, por que eu perderia meu tempo mantendo aquele blog de merda, que nem seguidores tem?
SENSO CONTRA O CONSENSO: Quem pergunta aqui sou eu. Então, cala a boca!
FRACASSADO: Vai se fuder!
[ Houve uma intensa troca de ofensas que não cabe publicá-las aqui. Depois os ânimos se acalmaram]
SENSO CONTRA O CONSENSO: Fracassado, apenas porque você acredita que está sendo neutro não significa que você está. Tendência inconsciente pode existir e existe, e é uma causa comum de problemas com autobiografias— a autopromoção deliberada. Isso não afeta apenas a neutralidade, mas também a verificabilidade da biografia. Mesmo que você possa sintetizar sua autobiografia baseando-se apenas em materiais verificáveis que não são pesquisa inédita, ainda assim você pode não ser capaz de fazê-lo de maneira neutra.
FRACASSADO: Outra pergunta grande da porra! Mas eu não disse em momento nenhum que eu sou neutro! Isso é coisa de sabão em pó! E tendência inconsciente é coisa de psicanalista viado!
SENSO CONTRA O CONSENSO: O que você pretende com o seu blog? Fazer sucesso?
FRACASSADO: Sim.
SENSO CONTRA O CONSENSO: E está conseguindo?
FRACASSADO: Com quatro visitas diárias há dois anos, parece que não. E, com certeza, duas delas são do meu irmão e da minha mãe tentando me dar uma força.
SENSO CONTRA O CONSENSO: E porque insiste em continuar a publicar e se expor tanto assim sem bônus nenhum?
FRACASSADO: Falando nisso, não me lembro de termos combinado quanto você me pagaria por essa entrevista idiota.
SENSO CONTRA O CONSENSO: Ajudará a divulgar. Quem sabe você não passe a ter cinco visitas diárias?
FRACASSADO: A da sua mãe, né? A única que lê o seu blog. Quem sabe? Talvez a velha goste!
SENSO CONTRA O CONSENSO: Você já leu alguma autobiografia?
FRACASSADO: Não. Mas gosto pra caralho desse texto do Millôr Fernandes que tenho gravado nos meus arquivos: (Autobiografia De Mim Mesmo À Maneira De Mim Próprio) "E lá vou eu de novo, sem freio nem pára-quedas. Saiam da frente, ou debaixo que, se não estou radioativo, muito menos estou radiopassivo. Quando me sentei para escrever vinha tão cheio de idéias que só me saíam gêmeas as palavras – reco-reco, tatibitate, ronronar, coré-coré, tom-tom, rema-rema, tintim-por-tintim. Fui obrigado a tomar uma pílula anticoncepcional. Agora estou bem, já não dói nada. Quem é que sou eu? Ah, que posso dizer? Como me espanta! Já não fazem Millôres como antigamente! Nasci pequeno e cresci aos poucos. Primeiro me fizeram os meios e, depois, as pontas. Só muito tarde cheguei aos extremos. Cabeça, tronco e membros, eis tudo. E não me revolto. Fiz três revoluções, todas perdidas. A primeira contra Deus, e ele me venceu com um sórdido milagre. A segunda com o destino, e ele me bateu, deixando-me só com seu pior enredo. A terceira contra mim mesmo, e a mim me consumi, e vim parar aqui.”
SENSO CONTRA O CONSENSO: Desde muito cedo, nossos pais e a sociedade nos colocam de frente com a responsabilidade de ser “alguém na vida”. A cobrança é para que comecemos a pensar e escolher qual será nossa profissão no futuro. Crescemos com uma responsabilidade que é passada de geração em geração, e desde muito cedo, nossos pensamentos são povoados por esta escolha. Quando criança, o que você respondia quando te perguntava “O que você quer ser quando crescer”? Astronauta como toda criança?
FRACASSADO: Eu não pensava muito nisso. Que eu me lembre, eu nunca quis ser um astronauta. Era uma criança meio anti-social. Ficava lendo gibis de terror trancado no quarto. E na adolescência ficava batendo punheta o dia inteiro, o que perdura até hoje. Se eu dissesse, ao responder essa pergunta, “punheteiro”, eu teria realizado meu sonho de infância.
SENSO CONTRA O CONSENSO: Poucos são aqueles que tornam-se “astronautas”. Seguir a profissão dos pais, profissões do futuro ou profissões que garantirão com mais facilidade um alto retorno financeiro. A escolha nem sempre é baseada no prazer que se obterá exercendo tal função. E isso pode ser um grande colaborador para o fracasso profissional, senão este, o fracasso enquanto ser humano realizado. O que acaba influenciando e extrapolando para a vida pessoal. Você é vítima disso?
FRACASSADO: Caralho, maluco! Pára com essa porra de perguntas gigantescas. Elas meio que já vêm respondidas. Parece que essas perguntas já estavam prontas antes da entrevista. Retórica tosca, psicanalizando bizarramente a parada! Faz alguma pergunta objetiva que me deixe boladão, aê! Frenetiza a parada! Cê é jornalista formado?
SENSO CONTRA O CONSENSO: Sou recém formado.
FRACASSADO: Era! Seu diploma não vale porra nenhuma! Perdeu preibói!
SENSO CONTRA O CONSENSO: Mas alcancei meu objetivo! Tracei uma meta e consegui. Certamente qualquer indivíduo quando traça uma meta, começa um novo trabalho ou negócio, não espera fracassar. Todavia, às vezes acontece e isso faz parte, é natural, isso porque em nada, pode-se garantir cem por cento de sucesso. Ninguém é infalível, porém, sempre é possível recomeçar de um novo jeito, aprender com o que passou e aumentar as chances de sucesso no próximo intento. Nossas primeiras aprendizagens são tentativas entre erros e acertos, fracassos e sucessos, e isso é considerado normal, pelo fato de estarmos no início de tudo, onde o mundo é um total desconhecido. Com o passar dos anos, vamos sendo cobrados cada vez mais e já não se pode errar, como se a vida nunca oferecesse novidades, fosse sempre uma repetição constante sem dinamismo. Cada situação ou problema requer uma nova solução, temos sim mais experiência, mas, mesmo assim estamos sujeitos ao fracasso, pois as variáveis são infinitas e nem todas dependem de você. Ocorrido o fracasso, além da cobrança do outro vem a autocobrança, podendo ser acometido pela depressão e um enfraquecimento geral, não conseguindo reagir a tempo de dar a volta e se recuperar num patamar já acima. As chances de erro e acerto são as mesmas, aumentando ou diminuindo dependendo de como este indivíduo lida com o que acabou de acontecer.
FRACASSADO: Tá, bonitas palavras, mas e daí?
SENSO CONTRA O CONSENSO: E daí, é que o que você acha disso?
FRACASSADO: Senhor Senso contra o consenso, eu acho que somos moldados para vencer, para ser o primeiro da classe, no futebol, no judô, na natação ou qualquer outra atividade de competição. Além desta, a competição “caseira”, onde você precisa competir com seus irmãos, seus primos, ser tão bom quanto o pai, o tio, o fulano e o cicrano. Com esta educação, vai ficando cada vez mais difícil lidar com a frustração. Não aprendemos ser melhores independente do outro, a dar o melhor de si, dar nosso máximo para superarmos a nós mesmo; precisamos superar o outro, e isso nem sempre é possível, porque cada ser é único, tendo suas limitações e superações. Assim, somos derrotados e nos sentimos fracassados. E para agravar, a falha ou derrota é motivo de castigos, vindo dos pais, professores ou chefes. Ninguém gosta de perder, errar ou fracassar. Também ninguém estabelece um objetivo para fracassar, a questão é que as vezes acontece, e precisamos aprender a lidar com isso. Caso contrário sofremos e não tiramos nenhuma lição positiva. Toda experiência é uma oportunidade de aprender a ser e fazer melhor.
SENSO CONTRA O CONSENSO: Legal.
FRACASSADO: É...legal, né? Maior doideira...
SENSO CONTRA O CONSENSO: Milani Damião, com seu livro Sobre o declínio da “sinceridade”. Filosofia e autobiografia de Jean-Jacques Rousseau a Walter Benjamin, discute um aspecto complexo da escrita autobiográfica que a crítica literária tem tratado com extrema rapidez : o do compromisso com a verdade. Se o reconhecimento do papel da linguagem e dos processos narrativos na mediação entre a realidade e texto parece nos resguardar suficientemente de uma leitura ingênua, a verdade. como imperativo último da empresa autobiográfi ca tem passado ao largo da maioria dos estudos a ela dedicados. Entretanto, definir o teor de sinceridade nas obras deste e daquele memorialista é ainda um objetivo estreito demais para a refl exão filosófica. Colocando-se na interface literatura-fi losofi a, a autora de Sobre o declínio... mostra sua fi liação à segunda ao ir além da investigação sobre obras e autores, tomando como escopo a mudança de uma sensibilidade (ela usa o termo “caráter social”) pertinente ao sujeito e à percepção da subjetividade, de um período pré ou proto-moderno1 (século XVIII) até o século XX, em que se estabelece o espírito de época que até hoje reconhecemos como contemporâneo.Você sempre diz a verdade?
FRACASSADO: Não.
SENSO CONTRA O CONSENSO: Não?
FRACASSADO: Mentira. Falo sim.
SENSO CONTRA O CONSENSO: Fala verdade ou mentira?
FRACASSADO: Tanto faz...mas quanto essa sua premissa filosófica, concordo contigo, e ainda concluo que há de se convir que essa extensão temporal e a tomada de textos autobiográficos de diversos tipos como iluminadores de um processo de mudança foram-lhe sugeridas por um projeto de Walter Benjamin, registrado em carta de 30 de novembro de 1939 a Max Horkheimer, então diretor do famoso Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt. Benjamin pretendia fazer uma comparação entre as Confi ssões de Rousseau e o diário de André Gide, separados por mais de um século. O estudo do século XIX, no entanto, tanto o atrai que o filósofo acaba se fixando em Baudelaire como o autor que encarnou o nascimento de uma subjetividade propriamente moderna. Como também li o livro de Carla Damião, presumo que ela retoma a idéia abandonada por Benjamin acrescentando aos nomes propostos dois outros autores de textos de estatuto vacilante com relação a seu caráter autobiográfi co: Nietzsche (com o Ecce Homo) e Proust, concluindo seu estudo da construção textual do eu com os escritos memorialísticos do próprio Benjamin. E você, fala a verdade?
SENSO CONTRA O CONSENSO: Como assim?
FRACASSADO: Porque você fez essa pergunta sinistra de erudita, tentando tirar onda com a minha cara e eu bati ela no Google e vi que você chupou do site
de onde eu também copiei [ ctrl + c / ctrl + v ] nessa resposta que eu dei, e que eu não entendi porra nenhuma.
SENSO CONTRA O CONSENSO: Eu posso basear as fontes das minhas perguntas de onde eu quiser, se eu achá-las pertinentes.
FRACASSADO: Podicrê! Porque naquela resposta grande pra caralho que eu dei há 7 “perguntas” atrás, eu tirei do mesmo site que você chupou:
(...) Maluco! Na moral! Essa entrevista foi um fracasso! Chega dessa merda! Cê é um merda de um entrevistador e eu um merda de um entrevistado.

SENSO CONTRA O CONSENSO: Até que enfim concordamos em alguma coisa.
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